Crónicas da Turquia - País Islâmico (I)


O Islão e os seus 5 pilares - parte I
Profissão de Fé, Prática da Oração e Dádivas de Caridade

Já anteriormente tinha contactado com religiões diferentes da cristã.
No Japão tive o meu primeiro contacto com o Budismo, na Mongólia com o xamanismo e agora na Turquia tive o meu segundo contacto com a religião muçulmana.
A experiência anterior tinha sido em Marrocos, se bem que de uma maneira não tão franca como agora.

Nas Crónicas da Turquia dedicarei os 3 próximos posts ao Islão. O objectivo é mostrar um pouco da história e fundamentos de uma religião que por força das circunstâncias é mal vista pelo mundo ocidental.
Não professo nem defendo o Islão, apenas considero que é uma religião que deverá ser vista para além do que as notícias passam. Sabendo de antemão que toda e qualquer religião tem os seus extremistas. Inclusivamente a cristã.

Em termos cronológicos o Islão foi a última das 3 religiões "Abraâmicas" a surgir: judaica, cristã e muçulmana.

Tal como as suas outras "irmãs", a religião muçulmana é monoteísta e tem também os seus princípios e condutas assentes num livro sagrado, o Corão.




Segundo a crença muçulmana, o sagrado texto terá sido transmitido durante um período de 23 anos durante o século VII ao Profeta Maomé através do arcanjo Gabriel. Maomé, nascido 570 na cidade de Meca (Arábia Saudita),  é considerado o último e o mais importante dos profetas do Islão (Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão).
As Revelações, assim designada esta transmissão ao Profeta, terão começado quando este tinha 40 anos nos montes Hira, próximo de Meca, concluindo-se pouco meses antes da sua morte (Medina, 8 de Junho de 632).

Maomé, era iletrado e, durante anos o Corão, à medida que as  Revelações iam sendo transmitidas, eram memorizadas e transmitidas por recitação, foram posteriormente escritas sob a forma do Corão, daí o seu significado ser "recitação".
Curiosamente para os muçulmanos Maomé não é visto como um ser divino ou uma encarnação de Deus, mas sim como o mais perfeito dos seres humanos.

A religião muçulmana assenta no que é conhecido como os 5 pilares do Islão:

• Profissão de fé
• Prática da Oração (orações diárias)
• Dádivas de Caridade
• Cumprir o Ramadão
• Peregrinação a Meca (Hajj)

Profissão de Fé

No primeiro pilar, Profissão de Fé, o crente muçulmano confirma e proclama que não há outro Deus para além de Alá e que Maomé é o seu mensageiro.

Prática da Oração

As 5 orações diárias é uma prática obrigatória para qualquer muçulmano. Quer este seja do sexo feminino ou masculino, desde que seja adulto, são e responsável e, no caso das mulheres, fora do período menstrual ou do parto. Nestes casos em particular as mulheres estão isentas da prática da oração. O período de isenção é respectivamente dez e quarenta dias.

São realizadas diariamente 5 orações que correspondem a determinadas alturas do dia: alvorecer; depois do meio dia, entre o meio e o pôr-do-sol, após o pôr-do-sol  e a última oração aproximadamente uma hora após o pôr-do-sol.




O Corão não obriga a que estas orações sejam realizadas numa mesquita, porque de acordo com as revelações de Alá, este terá afirmado que o mundo é uma mesquita, libertando assim o crente da obrigação de estar fisicamente presente na mesquita.
No entanto obriga a que este esteja virado para Meca e que o local onde se encontra para oração esteja limpo.


Dádivas de Caridade

O 3º pilar, refere-se à prática da caridade, ajudando os mais desfavorecidos e pobres.
Genericamente os muçulmanos calculam no mínimo 2.5 % dos seus rendimentos líquidos anuais para fins caritativos. Naturalmente, as pessoas alvo desta ajuda estão isentas desta prática.


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