Crónicas da Turquia, Istambul - Mesquita Azul (II)


É contudo ao franquear a entrada da Mesquita Azul, após o descalçar obrigatório, que percebemos de imediato que franqueamos igualmente uma nova cultura e uma nova religião.
Não tendo bancos e estando suavemente iluminado por um gigantesco candeeiro pendente central, todo o espaço interior está revestido com tapetes onde crentes e não crentes se podem sentar.
A área central está destinada aos crentes em oração ficando a periferia para não crentes ou para quem visita esta bela mesquita.
Deve o seu nome ao interior abobadado que é decorado com pequenos azulejos azuis vindas localidade de Iznik (cujo nome deriva da antiga cidade grega de Niceia) que com o correr do tempo foram perdendo a cor inicial.




Ainda é visível a cor azul, que lhe dá o nome e que decora o tecto da mesquita nas suas várias cúpulas.

Não se encontram imagens sagradas, porque os muçulmanos não adoram imagens, em vez disso, encontramos medalhões com inscrições sagradas do Corão.
Existe uma calma e pacata descontracção no seu interior, particularmente na periferia da área dedicada à oração, onde sem perturbar se pode admirar o espaço.





O interior da Mesquita Azul é dominado pelo imenso candelabro e pelo macio tapete que cobre toda a área da mesquita. Os visitantes ficam  na área reservada aos mesmos.

Um cuidado a ter. Ao cruzar com muçulmanos em oração evitar passar pela sua frente, porque pode visto como uma intromissão entre quem ora e Alá.
De notar que nas sextas feiras, o dia sagrado do Islão, a entrada nas mesquitas pode estar vedada a não crentes, assim como no período dedicado às 5 orações diárias dos muçulmanos.

Para uma religião que é tida como violenta, conservadora e fundamentalista, vive-se nesta mesquita e generalizo para todas as que visitei, um ambiente muito tolerante que me faz pensar que o Islão deverá ser (re)descoberto e (re)pensado e bem mais tolerado.


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