Namíbia - tribo Himba


Tribo Himba


Continuando para norte, a Namíbia reservava-nos uma entrada para um outro mundo, mais tradicional e surpreendentemente intacto.
Foi com uma pesada sensação de desconforto e devassa que entrámos na sua aldeia. As máquinas fotográficas estavam embaraçadamente caladas, pousadas nas nossas mãos. Mas foram as crianças que vieram em nosso auxílio, dando as suas mãos. Timidamente fomos travando conhecimento com a tribo Himba. Aos poucos as máquinas foram-se soltando e os cliques soavam por todo o lado.




Os Himba, descendentes dos Herero, são considerados como um dos últimos povos pastores nómadas.
É uma tribo baseada numa sociedade matriarcal, com as mulheres a ocuparem o papel central. Sociedade igualmente poligâmica, uma mulher pode ter relações sexuais com vários parceiros. São elas educam os filhos, possuem as casas, o gado e os vários utensílios que existem nas aldeias.
Semi-nuas, vestem-se com peças de roupa muito curtas sem quais vestígios de cor ou traços de moda ocidental.




As suas tradições centenárias resistiram intactas ao avanço e tentativa de evangelização dos missionários alemães. Uma delas é o hábito das mulheres untarem o seu corpo com um óleo aromático avermelhado, mistura de banha de boi com uma pedra local tipo argila, que lhes protege a pele suave e macia do vento e do sol, estabelecendo simultaneamente um padrão de beleza. Os seus elaborados cabelos são alvo das mesmas atenções sendo profusamente enfeitados com couro e pequenas peças de metal.
Enfeitam-se com uma miríade de pulseiras, colares, argolas, ráfia, conchas e peles. Tudo que possa chamar a atenção sobre elas.




Quando consideraram que a visita estava concluída montaram um estaminé do seu artesanato e partiu-se para a omnipresente discussão de preços.
No regresso, os sorrisos rasgavam os lábios.
Ficava apenas um travo amargo de termos sido um bando de turistas brancos que perturbaram a pacatez de uma aldeia Himba.


Comentários

  1. Contra factos não há argumentos: as mulheres é que mandam! Se for encarado como um desafio - e não com conformismo, fatalismo e/ou machismo - a vida fica muito mais interessante!

    Augusto

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