quatro anos de Passaporte


Para viajar e poder mudar a roupa da alma, tenho que ter por vezes a roupa do corpo toda roçada. 
Mas a diversidade cores, a várias mudas de roupa que tenho disponíveis para a minha alma é grande. 

Sei adaptar-me e valorizar o que aparece à minha frente na minha viagem. Cada viagem que concretizo fico mais completo, fico mais eu. Conheço-me melhor. Enfrento novos confortos fora da minha zona de conforto.

Como já escrevi anteriormente parece mais fácil viajar que escrever.
Para escrever preciso de tempo. Preciso de viajar de novo pelas minhas memórias. É uma segunda viagem que se faz.
Tentar encontrar as palavras certas para descrever o que vivi, o que senti ou o que fiz sentir é difícil.
Viajar é algo muito pessoal, muito particular. As vivências de cada viagem são sentidas de maneiras diferentes.
Tentar transmitir para terceiros de uma maneira agradável e fluída algo que é sentido tão profundamente e de formas tão coloridas é complicado. Tantas e tantas vezes as palavras são curtas e até inadequadas.
É como as fotografias. Por muito que nos esforcemos frequentemente a fotografia não capta o que os nossos olhos vêm. Também ela fica curta e quando a olhamos sabe a pouco.

A escrita é a mesma coisa. Mas gosto do desafio, independentemente de o conseguir ou não, de tentar encontrar um caminho, uma maneira de alinhar as palavras certas no ritmo certo que transmitam as cores da roupa que a minha alma usava em cada viagem realizada.
Por isso passados quatro anos o Passaporte ainda existe.





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