Varanasi, Índia - as fogueiras de Benares

Nos dias em que estive em Varanasi, fui todas noites à ghat Manikarnika assistir às cremações.
Debaixo do sol, não se ouve o crepitar da madeira como o guarda de uma prisão a fazer soar um molhos de chaves na mão antes de libertar o prisioneiro.
A luz do dia mostra tudo, desvenda segredos, vêm-se os pormenores, anula a aura, o misticismo da partida da alma, quando já liberta do cárcere material do corpo, parte livre para o Cosmos.
Há coisa que não são para ser vistas, mas para serem pensadas, reflectidas e o melhor para isto é o silêncio de um manto de estrelas, não a luz dura e directa do sol.
Por isso fazia sempre questão de ir às cremações à noite. Estava lá sempre um par de horas a assistir ao queimar das fogueiras de Benares.


Uma dessas noites estava lá um casal ocidental em pé. Estranhei. Usualmente estava sempre sozinho no meio de uma pequena e diversificada multidão - hindus, mortos, famílias dos mortos, vacas, cães e algumas cabras.
Recatado, discreto, estavam não muito longe, não muito próximo das piras. Observavam, assistiam em silêncio. Estavam de mão dada. Por vezes ela encostava a cabeça ao ombro dele. Sussurravam inaudivelmente e de vez em quando esticavam a mão para apontar algum detalhe. Uma dessas vezes pareciam estar a contar as fogueiras. Já o tinha feito antes: onze piras acesas nos diferentes patamares da ghat. Onze almas subiam ao céu estrelado da muito recente Primavera nas voltas e revolta verticais dos fumos brancos da madeira a arder. 
Surpreendentemente o cheiro era neutro. Não se notava o cheiro adocicado e enjoativo da morte ou cheiro agressivo da carne a ser queimada.

Olho para o casal. Estavam no mesmo sítio. Ele pousa-lhe um lento beijo no rosto e ela pousa a cabeça no ombro dele. Passados poucos minutos eles passam por mim: - Good night. 
Fico ainda. Os rituais da morte fascinam-me.


A banalização da morte

Manikarnika e Harishchandra queimam corpos em série. As cremações sucedem-se sem descanso. Vinte quatro horas sobre vinte e quatro horas, sete dias por semana durante o ano inteiro sem paragens. Manikarnika crema cerca de 200 a 250 corpos por dia. As contas dizem-me que são cerca de setenta mil corpos cremados ao longo de um ano. Só nesta ghat.
As duas ghats somadas, contabilizam aproximadamente cem mil cremações anuais!!!
Mas existem regras. Em Varanasi a morte está longe de ser uma anarquia. Em Manikarnika, só são cremados mortos de causas naturais. Na ghat Harishchandra, são cremados os suicidas e vítimas de acidentes qualquer seja a sua natureza.

Os Sahdus, crianças e bebés não são cremados. Por serem considerados seres puros, a morte por si só garante-lhes a passagem ao moksha. Não necessitam de passar pelo fogo purificador de Agni, o deus hindu que as fogueiras, quer estas sejam físicas ou espirituais, como o amor ou o sacrificial.
As mulheres grávidas, leprosos e vítimas de mordeduras de cobras estão no mesmo patamar. As grávidas por carregarem um ser inocente, os que foram mordidos por cobras por terem sido mortos por um animal sagrado e os leprosos por carregarem as marcas dos deuses.




Estes corpos são colocados no meio do rio com uma pedra atada a eles. Não é raro acontecer que durante o processo de decomposição apareçam à tona, a boiar e a seguir a fraca corrente do rio.
Na madrugada em que Sharma parou o seu barco em frente a Manikarnika para podermos ver as fogueiras de Benares a arderem, um corpo de um bebé de pele muito pálida e azulada, era visível à tona da água agitado pelos remos dos barcos que chegava a aquela ghat.
Não senti horror ao vê-lo, mas senti um baque, o impacto seco do desconforto no meu peito.

Estou nos antípodas, no ponto mais oposto à crença, à maneira como a vida e a morte são entendidas, da minha cultura ocidental. Aqui a morte, e o caminho para a morte é transparente. Nada se esconde, tudo é visível. Ela é crua e impessoal. É normal, banal e banalizada.

Os seus rituais desenrolam-se à vista de todos e com o devido respeito podem ser assistidos livremente. Harishchandra tem uma varanda de cimento que dá directamente para a área das cremações.
No ocidente a morte é escondida, embelezada, negada e sonegada aos olhares. Ela é algo mau, algo a temer, a não ser mencionada ou sempre que possível, suavizar.




Atman, samsara, karma e moksha


Os hindus acreditam que uma pessoa uma vez nascida não morre mais. A morte é uma porta, uma transição para um outro estágio mais evoluído, fruto das lições de vida, que foram ou não aprendidas, que a vida material e terrena proporcionou.
Representa a evolução do atman, o nosso eu espiritual, divino, da nossa alma través do samsara, um imenso processo de reencarnações que é determinado pelo karma da pessoa. Uma espécie de "cá se fazem, cá se pagam" em versão espiritual. Quanto mais negativo for o karma, mais longo será o samsara e mais difícil será o corpo de ser cremado, devido ao peso cármico que este carrega.

Ela é a esperança de mais um passo na aproximação à moksha - o estado supremo de iluminação do espírito, quando este se torna energia, se harmoniza e funde-se com o Universo, com o Tudo.
Para o budismo e o jainismo, religiões que nasceram nas raízes do hinduísmo, a este estado chamam-lhe Nirvana.
A cremação e as cinzas atiradas ao Ganges, interrompe o ciclo, a roda da samsara. É um atalho directo para a alma atingir o moksha. 
É preciso conhecer a história do rio e da sua origens para perceber a razão da devoção e da origem da sacralidade do rio.


Como tudo o que se alonga nas longas dobras tempo, as lendas, as histórias sobre o Ganges são muitas e variadas.
A mais conhecida conta que o Ganges corria inicialmente nos céus tendo origem no corpo de Bhagirath, descendente directo de Sagar, rei dos oceanos, durante uma longa meditação de muitos anos que este fez. Enquanto os Deuses eram abençoados pela frescura do rio, o sol impiedosamente fustigava a terra com o seu calor.
Os homens, especialmente os sábios e os sadhus (homens santos), rezaram aos deuses para que a deusa mãe Ganga descesse à terra para amenizar o calor tórrido. O poderoso Shiva atendeu o seu pedido e fez descer o grande rio dos céus para a terra. Fê-lo nascer nos Himalaias, mas para que o seu poder e força não destruísse tudo à sua volta, o Deus utilizou os seus longos cabelos para amainar e domar o poderoso Ganga.
É esta a convicção de o Ganges ser uma ponte para o divino, um mediador entre o céu e a terra que o torna tão sagrado. É esta crença que dá origem às cremações no Ganges como sendo um meio de levar as almas directamente ao sagrado.




As fogueiras de Benares


Fogueiras de Benares é o título que Alberto Moravia deu à sua experiência e reflexão quando esteve em Varanasi, no livro Uma Ideia da Índia. Decidi usar exactamente o mesmo título quando tive que pensar num para este post.


À aquela hora da noite Manikarnika estava bastante activa e movimentada.
Um dom, pertencente a uma sub-casta dos intocáveis dalit, com um ruído seco deitava os toros de madeira que estavam às suas costas para o chão. Repetiu várias vezes este gesto. Empilhou-os cruzados entre si em três andares.
Atrás das piras, estão edifícios velhos, devolutos. Esqueletos de cimento de fachadas sem janelas. À noite estão iluminados por uma estranha luz amarela. Adquirem um aspecto espectral, algo pós-apocalíptico. De dia parecem desbotados, vazios, abandonados e pouco recomendáveis.
Pilhas de madeiras com vários metros de altura estão encostadas, arrumadas e de encontro às suas paredes, ou nas escadas mais próximas.




Nas ruas que conduzem à ghat existem mais edifícios semelhantes a estes. Repositórios de mortos e moribundos. Há hotéis, pensões, cujos quartos alojam os que esperam pela chegada da morte. Para alguns há um tempo definido para a morte. Se num período de dias ou de semanas, os moribundos não morrerem, terão que se mover para outro lado ou ficarem na rua acompanhados pelos familiares para darem lugar a outros

Por estas ruas é frequente cruzarmo-nos com a morte carregada, em passo acelerado, em macas, liteiras e até riquexós a caminho das fogueiras de Benares. Cânticos e orações dos Vedas acompanham-na. A morte tem pressa de chegar ao Ganges. Atrás de uma, vem logo outra.
Antes de irem para as piras os corpos repousam nas escadas durante algumas horas para que os fluídos corporais sequem, drenem, para facilitar a queima do corpo.
Um corpo deve ser cremado no máximo 24 horas após a sua morte, assim decreta a religião hindu.

Os dom fazem a manutenção das fogueiras. São vários, muitos estão descalços, os que ao redor das várias fogueiras ajeitam os troncos, arrumam as brasas para os sítios certos, asseguram que os membros desarticulados, soltos do corpo, enegrecidos, mas mal queimados se mantêm dentro do alcance das chamas purificadoras das piras.
Em média uma pira leva cerca de duzentos a duzentos e cinquenta quilos de madeira. As grandes rondam os trezentos e um corpo precisa de quatro a seis horas para ser cremado.

Para eles, o trabalho nas ghats crematórias é nobre e respeitável. Vêm o lado positivo do seu trabalho. São eles que ajudam a viagem, a transição das almas do que é corpóreo para o espiritual. A verdade é que este é um trabalho "cástico". Herdaram dos seus antepassados e serão eles que irão passá-lo aos seus sucessores e estes irão fazer o mesmo.

Estamos na Índia. Mesmo na cidade mais sagrada e espiritual do mundo hindu, há um lado lucrativo, e tenebroso, na vida dos dom nestas gahts. Sendo os únicos que literalmente podem tocar na morte, também são eles os únicos que lucram com a morte. Os mortos levam consigo os ornamentos para as piras. Anéis, pulseiras, colares, braceletes. Após as cremações e antes das cinzas serem atiradas ao Ganges, elas são peneiradas, por aquilo que parece ser alguidares de alumínio, em busca do que é precioso. Ouro, prata, pedras preciosas. O que encontram, eles vendem. Estando na casta mais baixa, sendo intocáveis e proscritos pela sociedade indiana, a riqueza, o poder e influência destes homens é elevado.

Os dom dedicam largas dezenas de anos da sua vida, começam aos quinze, dezasseis anos, a trabalhar nas cremações. Será a única profissão que terão na sua vida.
Há centenas de anos que esta profissão existe. Há centenas de anos que se crema em Manikarnika e Harishchandra





Os rituais


É estritamente proibido fotografar os rituais da morte em Varanasi. A quebra desta regra pode trazer consequências graves e muito desagradáveis, podendo chegar muito próximo da violência, sendo que na maioria das vezes a situação é resolvida com largas quantidades de dinheiro e a perda daquilo que está na nossa posse.
Naturalmente não o fiz e não fiquei desagradado com isso. O acto de fotografar por vezes isola-nos da realidade. Impede-nos de apreciar, sentir, reflectir o que se passa à nossa volta, evita o que se pode passar entre nós e os outros.
Sinto isto particularmente no que diz respeito ao Sagrado. Fotografar consegue ser muito intrusivo. Alguém, algo, que se interpõe entre quem ora e a entidade que é orada. É um acto profundamente intimo que deve preservado ao máximo.
De qualquer maneira será na minha memória, e em Roma sê Romano, será na minha atman, muito mais que em qualquer fotografia, que mais profundamente esta experiência será e estará impregnada.


Antes de irem para as piras os corpos são mergulhados nas águas do Ganges. Uma purificação prévia, uma preparação para a jornada que a alma vai encetar.
Um corpo estava colocado no chão ao lado da pira já formada. Um sari vermelho bordado a dourado mostrava que se tratava de uma mulher. Os homens têm mortalhas brancas, os idosos, roxo.
Sobre ela é colocada, ervas, incenso, flores e óleos. O incenso ajuda a mascarar o cheiro da morte.

Nos rituais fúnebres só participam homens. Os hindus crêem que as mulheres com o seu choro perturbam a viagem da alma. Apenas mulheres estrangeiras são autorizadas a assistir aos rituais.
Um familiar directo do morto, vestido de branco e cabelo rapado em sinal de luto, usualmente o filho mais velho, dá cinco voltas ao corpo no sentido contrário ao relógio e acende a pira por baixo. A crença diz que a morte é o inverso da vida. Cada volta representa um dos cinco elementos: água, terra, ar, fogo e o éter onde tudo está mergulhado.
Os pés do morto são orientados para sul, para o reino do Deus da morte, Yama.

As chamas avançam pela madeira, cobrindo e lambendo o corpo. Os familiares recuam. À sua volta há uma intensa mancha laranja dançarina, a madeira crepita ruidosamente e as fagulhas saltam desordenadamente.
O colar de flores amarelas que estava pousada sobre o seu peito é comida por uma vaca. Uma outra está deitada no chão com o pescoço torcido a olhar para a companheira. Como animais sagrados elas estão sempre presentes no cerimonial da cremação.

Sob o corpo são colocados troncos de madeira para evitar que por causa do calor, as contracções, os espasmos, provocados por ele, façam com que este se levante ou se movimente para fora da pira.
Com o aumento da pressão no crânio, devido ao calor das chamas este explode. É neste momento que a atman se liberta do corpo. Se isto não acontecer ela tem que ser ajudada. Um dom com um tronco de madeira ou uma vara de bambu parte a cabeça para que esta se possa libertar.
Quando a pira se extingue, as brasas são apagadas com água dos Ganges e as cinzas são recolhidas num pequeno pote para depois serem despejadas no rio sagrado.


Quanto mais dinheiro a família tiver, maior será a pira. Maior será a quantidade de madeira e melhor a sua qualidade. A cremação do corpo é completa, torna-se em cinzas.
Usualmente escolhem a madeira de sândalo é preciosa e muita aromática quando queimada, muito cara portanto.
Para o mais pobres, as piras são mais pequenas. São constituídas por madeiras vulgares, mais baratas, como a madeira de manga, incluindo ramos, galhos e no extremo bosta de vaca seca.
Frequentemente pedaços de madeira não ardidos de outras piras são oferecidos às famílias mais pobres. No limite, um corpo é colocado sobre as fracas brasas de uma pira que já cumpriu o seu trabalho.
Para estas famílias, a cremação do seu morto é incompleta. As fogueiras apagam-se rapidamente e partes do corpo ficam por queimar. Mais do que cinzas, são as sobras do corpo que vão, que são atiradas ao rio. Nas margens imundas, para além de pilhas de cinzas, restos de flores, saris vermelhos, dourados, mortalhas brancas, troncos de madeira mal queimados espalhados por todo o lado, garrafas de plástico, vê-se os cães andando de um lado para outro à espera, à procura, disputando estes restos para se alimentarem.

Pisar este chão é estranho. E transmite sensações estranhas aos pés e ao nosso ser. É um chão atapetado, depositado, por camadas de cinzas de milhares de corpos ao longo de largas centenas de anos.
Tenho a reacção primária e absurda, de ter cuidado onde ponho os pés para não pisar alguém...


Choque cultural - a essência de uma viagem



Para um ocidental, esta filosofia, estas crenças, implicam um choque que é difícil de suportar e de encaixar. É esta a essência de uma viagem.
Como alguém escreveu, viajar é encontrarmos o que não procuramos. É sermos capazes de abrir os nossos horizontes e depois deixá-los abertos.
Fazer cair as roupagens protectoras e redutoras da realidade ocidental e vestirmos trajes diferentes e frequentemente mais desconfortáveis que os nossos. Saber sentir essa diferença, apreciar esse desconforto. Sermos capazes de a percepcionar, de a saborear intensamente como um raro privilégio concedido.

Viajar é uma eterna insatisfação, uma ganância deliciosa. O que já vi não me chega, quero mais e preciso de mais. Algo que me choque, que teste a minha capacidade de adaptação, que rasgue o meu eu cultural.
É isto que desejo, que mais me satisfaz e que procuro numa viagem - o choque cultural, o nu e cru confronto de culturas.

Tal como o ritual de passagem de menino a guerreiro na tribo Hamer, no vale do Omo na Etiópia, também as fogueiras de Benares cumpriram sublimemente o meu desejo.



Comentários



  1. Acabei de ler...ainda estou a tentar interiorizar. É muita informação e informação poderosa, que me deu um forte abanão. Vários pensamentos me ocorrem. Em primeiro lugar a forma tão diferente como a morte é encarada pelos hindus e por nós, ocidentais. Como disseste, nós escondemos, eles aceitam-na com naturalidade. Deve ser uma forma mais "saudável" de a viver (passe o paradoxo). Um àparte: eu tenho medo da morte, do que se "seguirá", pergunto-me se ela será dolorosa, repentina...enfim, assusta-me. Tento até não pensar nisso. Não sei se algum dia verei as coisas de outra forma. Lembro-me sempre das palavras de João Amaral, um militante do PCP que eu admirava, que sabendo que tinha uma doença grave e pouco tempo de vida quando questionado disse que não tinha receio desse dia pq a morte seria apenas o último de muitos dias da sua vida. Admirei a coragem...
    (Desculpa o àparte, mas sinto que estou a conversar contigo)

    O bebé morto a boiar....penso que seria uma visão demasiado forte para eu aguentar...

    "O acto de fotografar por vezes isola-nos da realidade. Impede-nos de apreciar, sentir, reflectir o que se passa à nossa volta, evita o que se pode passar entre nós e os outros." Entendo e concordo. Há circunstâncias em que a fotografia é uma intrusão.

    Outra coisa que me impressionou bastante foi a descrição do crânio a explodir...é nessa explosão que se dá a libertação da alma. Entendo o simbolismo mas não sei se conseguiria assistir ao vivo.

    "Para um ocidental, esta filosofia, estas crenças, implicam um choque que é difícil de suportar e de encaixar. É esta a essência de uma viagem.
    Como alguém escreveu, viajar é encontrarmos o que não procuramos. É sermos capazes de abrir os nossos horizontes e depois deixá-los abertos."

    É, concordo que essa deve ser a essência de uma viagem. Abrir horizontes, confrontar culturas, sairmos da nossa zona de conforto. Tu és um sortudo! :)))))), mas mereces essa "sorte" porque a procuras.
    Mas como já falámos pouca gente concordaria contigo/connosco. É tão mais fácil viajar para locais paradisíacos anunciados em parangonas nas agências de viagens...
    Atenção que não estou a dizer que sou um ser àparte. Há momentos em que tb gostaria de viajar para uma dessas ilhas e curtir "sun, sex and rock'n roll" :))))))))) Tenho o meu lado hedonista mas gostaria de poder conciliar vários mundos. Porque é isso que enriquece a alma.

    Desculpa o testamento, Pedro e tb o facto de isto estar desconexo. Fui escrevendo ao sabor da mente, não quis "organizar" o que senti. Espero um dia poder vivenciar 'in loco' parte do que aqui vais deixando. Obrigada pela partilha:)

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    1. Olá Andorinha :) Mais uma vez obrigado por esvoaçares por aqui :)
      Não assisti ao acto em particular de abrir, partir a cabeça para a alma se poder libertar, mas ele faz parte dos rituais fúnebres das cremações.

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  2. Acho que acabei de ler o texto que na altura não consegui escrever. Tal e qual! Adorei.

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    1. Oi Alexandra :)
      Obrigado por teres lido e ainda mais por teres gostado :))
      Fiquei curioso por afirmares que não conseguiste escrever o teu texto. Algum motivo em particular?

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    2. Por nenhum motivo particular :) se calhar por achar que algumas coisas não se conseguem descrever. Mas estou claramente enganada. Quanto a mim, fizeste-o na perfeição. Nas tuas palavras voltei uma vez mais a Varanasi e senti-me uma privilegiada por "entender" tudo o que escreveste.

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