next stop - Laos

O sudeste asiático é, pessoalmente, uma das zonas mais interessantes e mais fervilhantes de vida do nosso planeta, e uma das regiões minhas preferidas para viajar.

Os seus países têm um passado histórico (e conturbado) muito grande, os seus povos têm um dos sorrisos mais simpáticos e espontâneos que conheço, são dos povos mais sociais que conheço, os templos budistas tem uma arquitectura única, mas elegantes, e poucas coisas há mais atraentes e até místicas, que ver os monges budistas de túnicas cor de açafrão a circularem espartanamente nas ruas a executar o madrugador ritual da recolha das oferendas.

Do Camboja, retenho a simpatia do povo, os templos de Angkor e a forma como falam de coração aberto para quem quiser ouvir sobre a loucura que foi o genocídio de Pol Pot, e como deseja que este insano evento não seja esquecido, mas sim partilhado com todos para que isto não se repita em mais nenhum lugar do mundo.

Do Vietname, retenho principalmente as suas paisagens, os seus arrozais, as cicatrizes ainda bem evidentes da Guerra do Vietname ou como os vietnamitas corrigem, e bem, a Guerra da América - "Foram os americanos que vieram fazer a guerra ao nosso país" - e ainda a forma como recebem sem qualquer tipo de rancor ou de ressentimentos, os muito norte-americanos que os visitam.

Para o Laos, espero o melhor e o pior dos dois países anteriores. Povo franco e cenários naturais. Cores, paisagens incríveis de cascatas, selva e ilhas, nasceres e pores do sol a condizer, templos budistas com os seus monges, motoretas e bicicletas frenéticas, e o fantástico e quase omnipresente sticky rice, o famoso arroz pegajoso. Uma espécie de... unidos seremos mais fortes.
Falta mencionar o pior. A guerra. Também ela omnipresente em toda a história do Sudeste Asiático. Inacreditavelmente na Guerra do Vietname (ou da América), mais do que o próprio Vietname, foi o Laos o país mais bombardeado e que mais sofreu.
Para além de um número abismal de minas terrestres. sobre este país terão sido lançadas qualquer coisa como duzentos e setenta, a duzentos e oitenta milhões de bombas (!!!) no período de 1965 a 1973, altura em que os Estados Unidos se retiraram do Laos. Mas ao contrário do que a História conta, ela não terminou. Estima-se que estejam por explodir cerca de oitenta milhões de bombas (!!!) no Laos.
Ainda hoje se morre (animais e seres humanos) e muito no Laos devido esta guerra.


Os asiáticos têm uma frase extraordinária e absolutamente deliciosa que se ouve frequentemente na rua, nos mercados, nas lojas e tantas vezes repetidas também por quem visita: Same, same, but different
Traduzindo à letra soa a - "O mesmo, o mesmo, mas diferente."
É uma frase ambígua. Pode revelar indiferença, alguma impaciência perante uma dificuldade em escolher ou ainda conter uma boa dose de sarcasmo.
Tenho a convicção que no final da viagem esta frase, poderá ser traduzida por Laos.
Ser igual aos outros países desta região mas... diferente.

Será algo a descobrir, a partir de amanhã 😊







Comentários

Enviar um comentário