Petra, Jordânia - dez anos, algumas histórias

Março 2017


A Senhora do Mosteiro

A subida até ao Mosteiro em Petra é longa e exigente mas absolutamente recompensadora.
O Mosteiro (Al Deir) é um imponente e majestoso templo com mais de cinquenta metros de altura escavado na rocha. A sua visão é impressionante.

Enquanto subia os cerca de oitocentos degraus até lá, vou-me cruzando com várias bancadas que vendiam o mais diverso tipo de artesanato. Uma dessas bancadas vendia uns pequenos camelos estilizados de metal que atrairam a minha atenção. Negoceio o preço previamente de um deles e afirmo que na descida vou lá buscar.
Começo a descer e cumpro a promessa.

Mais abaixo, noutra bancada que também tinha fixado ao longo da subida, paro para ver o preço dos lenços que lá eram vendidos. Acabo por não levar nenhum deles mas ao ir embora a senhora pergunta se tenho algo para as dores de cabeça. Tenho sempre dentro da minha mochila uma farmácia de viagem e tiro de lá uma tablete de comprimidos de paracetamol e ofereço-lhe. Pede apenas um. Insisto para ficar com todos eles. Firmemente a senhora rejeita de novo minha oferta e em troca dá-me gentilmente um iman para o frigorífico representando uma mulher jordana.
Quando estou já a ir embora, ela faz-me esperar mais um pouco e pondo as mãos, ao nível do seu peito, em forma de concha, como se fosse beber água a partir delas, dedica-me uma breve oração a Alá.

Desconheço por completo o nome desta senhora, para mim é a Senhora do Mosteiro. Com a sua recusa em ficar com algo que lhe faria falta e principalmente com a sua oração, ela é uma das pessoas mais marcantes em muitos anos de viagens e um dos meus ícones de Petra e da Jordânia.






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