Petra, Jordânia - Março 2017
Creio que a primeira vez, ou das primeiras vezes que me recordo de ver Petra, deverá ter sido no terceiro filme da saga Indiana Jones, a Grande Cruzada. Estávamos em 1989.
Pensava como deveria ser incrível chegar a Petra e ver por entre aquela nesga de luz, entre os altos muros de pedra, aquela fachada talhada na rocha.
Em Março 2017, foi a minha vez de percorrer o mesmo desfiladeiro que Indiana Jones percorreu no seu filme. Descobri que se chama Siq e a fachada que se vê no fim dele é a do Tesouro (Al-Khazneh).
Mas Petra é muito mais do que chegar à icónica fachada do Tesouro no fim de um desfiladeiro. Depois de se contornar esta pela direita e seguir em frente, entra-se num mundo diferente do nosso. Na verdade já antes da entrada no Siq já há sinais desse mundo.
O Siq funciona como uma porta onde atrás está a história actual, o mundo moderno e contemporâneo, e à frente, a história antiga, vibrante e misteriosa. Encantada e sublime.
Petra é uma cidade que remonta ao século VI aC. É poesia talhada na pedra. Os seus trabalhos são delicados, precisos, elegantes e sofisticados. Misturam magistralmente na sua arquitectura, quer as culturas que passaram por Petra, quer as culturas que foram visitadas pelos próprios nabateus. Elementos sírios, helenísticos, egípcios e romanos podem ser encontrados à medida que caminhamos no mundo róseo e encantado de Petra.
Nas faces das vertentes rochosas, trabalhadas de cima para baixo, foram talhados inúmeros túmulos e templos. Com os blocos de pedras que soltavam da montanha foram construídos outros templos, casas, cisternas, mercados e estradas. De tudo isto, de toda esta arte, com o tempo e vários terramotos muito se perdeu mas também muito sobreviveu. O que sobrevive conta histórias extraordinárias da cultura, da arte e do engenho de um povo espantoso, do povo que erigiu Petra: os nabateus.
Petra, é daqueles sítios que depois de lá termos estado nos questionamos se de facto lá estivemos.
Comentários
Enviar um comentário