série "Portas & Janelas" III - Odeceixe, Portugal

Portugal, Agosto 2015


Odeceixe, Algarve.
Ruas limpas. Imaculadas e solarengas. Pouca gente nelas porque o sol começa a apertar e a hora de almoço aproxima-se. As fachadas das casas são caiadas de branco para reflectir a forte, por vezes inclemente, luz solar dos céus algarvios.
Detenho-me a olhar para uma porta, a 177. A bordadura está bem cuidada, num recente tom de azul confundindo-se com o lençol do céu que se estende por cima da minha cabeça, fazendo um convite à hospitalidade. A porta, cuidadosamente feita de ripas de madeira, está pintada de um amarelo imaculado que me remete para o sol que agora quase está no seu azimute.
Um discreto postigo que se abrirá nas horas tardias do dia para dois dedos de conversa, de cusquice, para as notícias de quem parte ou de quem chega, aquelas que antecedem as que a chegada do carteiro trará no dia seguinte.
O vaso, simples e singelo, decora a solidão do passeio e a sua cor alinha-se com a do beiral do telhado.




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