dez anos, dez maravilhas III - Grande Muralha da China, China

Grande Muralha da China, China - Agosto 2013

Para compreendermos a Grande Muralha da China, temos que falar de números. E que números! 

Até ao momento, é a maior obra erigida pelo ser humano em todo o planeta. Nada a ultrapassa. Ela não é uma única muralha, uma linha contínua, mas sim várias muralhas separadas entre si, das quais algumas secções foram posteriormente unidas.
Desde 2012 que se sabe que o seu comprimento original era de cerca de vinte e um mil quilómetros. Tem em média seis metros e meio de largura com, também um valor médio, cerca de sete metros de altura.

Uma das coisas mais espantosas sobre a Muralha da China foi o seu tempo de construção. Começou a ser construída cerca de setecentos anos antes de Cristo e a última parte a ser construída data de finais do século dezanove (1878) depois de Cristo. Atravessa cerca de dois mil e setecentos anos de história.
Um milhão de trabalhadores foram chamados ao longo do tempo para a construir e quase um terço deles, pensa-se cerca de quatrocentos mil, terão morrido a trabalhar nela. Tem a triste fama de ser o maior cemitério do mundo.

Há a ideia generalizada que a Grande Muralha da China foi erigida para travar as invasões mongóis e a progressão do império mongol. No entanto, bem antes de os mongóis andarem a conquistar e a espalhar (séculos XII a XIV) o terror pela Ásia e até às portas da Europa, já a Grande Muralha da China existia. Apenas foram acrescentadas novas secções para esse efeito. O propósito original das várias muralhas era impedir invasões e conquistas de tribos nómadas vindas do norte da China.
Apesar de comummente a designarmos por Muralha, é na verdade uma fortificação, uma vez existem torres de observação e comunicação, ameias, fossos e pontes levadiças em muitas das suas secções.

A Unesco que consagrou a Muralha como património mundial da humanidade em 1987, estima que cerca de um terço da muralha tenha desaparecido, quer por ação do tempo, quer por acção do homem que foi pilhando milhares e milhares de blocos para construções de casa, quintas, muros e diques.

Das várias secções restauradas e que podem ser visitadas, estive em duas delas, ambas nos arredores de Pequim: Mutianyu em 2008 e depois Jinshanling em 2013. Esta última secção é mais bonita e com troços ainda não restaurados, podendo-se ter uma ideia de como era a Muralha no seu estado original.

E não, ao contrário do que é dito, ela não é visível nem do espaço, nem da lua.