Foi a mãe que me disse o nome do pequenito - Kabir - no mercado de Udaipur, Índia, quando lhe perguntei se podia fotografá-lo.
Eu caminhava com cuidado, olhando o chão que pisava. Quase tudo neste mercado estava pousado no chão em cima de papeis de jornal ou de caixas rasas de plástico. Foi nestes momentos de precaução que o vi. Sentado num pequeno banco de plástico encostado a uma chapa de zinco ondulado.
Sistematicamente Kabir voltava o rosto para o lado quando o fotografava, mas depois ardia de curiosidade para ver como tinha ficado na câmara. Olhava a fotografia durante uns segundos e depois virava a cabeça para o lado. Não havia nada a fazer, era a fotografia possível. Tinha passado por uma situação muito semelhante com um puto no Uganda.
"Se é de lado que queres, é de lado que vais ficar. É o que tenho." E ficou.
O resultado agradou-me. E à mãe também. De Kabir, não sei.

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