série "Rostos do meu Rosto" - XXXII

Abrigada do sol, sob um telheiro feito de juncos e uma densa cobertura de folhas entrelaçadas de palmeira Nipa, uma velha quiromante, por cerca de um euro lia, aproximadamente vinte e cinco mil dongs, a sina nas palmas das mãos. 
O seu cabelo grisalho, rosto triangular, olhos profundos e rosto cavado pelas rugas acumuladas ao longo de muitas dezenas de anos, tornava-a muito bonita.
Não me recordo do nome da aldeia, mas muito próximo da cartomante existia um museu etnológico, despretensioso, mas interessante, que exibia exemplos de antigas práticas e atividades rurais daquela zona.

Um pequeno grupo de ocidentais rodeava-a. As raparigas, mais decididas foram as primeiras a avançar. 
O destino, inicialmente hesitante, sorria-lhes sempre. Encontravam um homem, ou ao fim de poucos anos iriam encontrar um que as fazia felizes. 
Quem se divorciava acabava sempre com muito dinheiro, as heranças eram sempre abastadas, as casas eram usualmente grandes, os filhos nunca eram menos de dois e as viagens nunca eram menos que muitas.
Os poucos homens do grupo que apresentaram as suas mãos, contagiados ou convencidos pelas primeiras, iriam ganhar muito dinheiro, ter roupas e carros caros, várias amantes, iates e mansões com grandes piscinas e viajar para todo o lado.

Não a consultei. Também não estava interessado em tudo o que ela previa, à excepção das viagens para todo o lado. Mas se tivesse ido tenho a certeza que não teria ficado desapontado
Não vi ninguém que tivesse ficado triste com a leitura desta fortune teller vietnamita, nos arredores rurais de Hue.







Comentários