Estava sentada debaixo de uma árvore, num banco de madeira, muito próximo do mosteiro budista Gandantegchinlen, na capital mongol Ulaanbaatar.
O mosteiro é um complexo composto por seis templos de diversas influências. mongóis, chinesas e tibetanas. Entre os locais, e mais fácil de pronunciar, principalmente para estrangeiros, o mosteiro é mais conhecido por Gandan.
Uma das principais funções do complexo de Gandan é a educação. Tem dois componentes: a formação tradicional de monges, a preparação para a vida monástica, o estudo das escrituras e entoação das sutras (cânticos budistas); e a formação superior, onde se abordam não só as questões religiosas, mas também a vertente cultural, linguística, história e filosofia budista, tendo em vista líderes religiosos e académicos. A primeira componente é ensinada nas Datsans e a segunda na Universidade Budista.
Talvez não seja a melhor das fotografias que tenha tirado a um rosto, mas é claramente uma das que me dava mais satisfação e orgulho de ver. Nem sempre as melhores imagens são as mais perfeitas tecnicamente. O envolvimento afetivo, a relação que estabelecemos com elas, com o sujeito delas é o que a torna mais preciosas, mais perfeitas, bem para além dos parâmetros que usámos ou deveríamos ter usado.
O mosteiro é um complexo composto por seis templos de diversas influências. mongóis, chinesas e tibetanas. Entre os locais, e mais fácil de pronunciar, principalmente para estrangeiros, o mosteiro é mais conhecido por Gandan.
Uma das principais funções do complexo de Gandan é a educação. Tem dois componentes: a formação tradicional de monges, a preparação para a vida monástica, o estudo das escrituras e entoação das sutras (cânticos budistas); e a formação superior, onde se abordam não só as questões religiosas, mas também a vertente cultural, linguística, história e filosofia budista, tendo em vista líderes religiosos e académicos. A primeira componente é ensinada nas Datsans e a segunda na Universidade Budista.
Tinha entrado discretamente numa dessas Datsans. Previamente, tinha-me descalçado, sentei-me no ponto mais recuado e discreto da sala e coloquei-me sobre os meus calcanhares, virados para trás. Fiquei uns minutos a assistir às leituras e sutras e saí tão discretamente como quando entrei.
Continuei a explorar o complexo, os seus edifícios e as rodas de oração que estavam espalhadas um pouco por todo o lado. Ainda ouvia os cantos dos alunos budistas quando me cruzei com esta senhora cuja idade, ou nome, não consegui descobrir.
Estava sentada num pequeno banco de madeira, encostada ao tronco fino de uma árvore. Ao seu lado, em pé, estava uma senhora que, pela diferença de idades, suspeitei que fosse a neta. Parei o meu passeio. O rosto da idosa captou-me de tal modo a atenção que se não conseguisse fotografá-la me arrependeria para todo o sempre. Estava decidido a "roubar-lhe" a fotografia se não obtivesse a autorização para a tirar. Absolutamente adorável.
Ganhei coragem e coloquei-me de cócoras para ficar ao seu nível. Rasguei um sorriso sincero e mostrei-lhe a câmara. O pedido era claro e algo ansioso: Posso? Posso? Pareceu-me que estava inexpressiva e senti-me algo perdido, temendo não obter a desejada autorização. Insisti no pedido. Manteve a mesma ausência de expressão. A tal senhora ao seu lado veio em meu socorro e perguntou-me se era uma fotografia que eu pretendia. Eu respondi: "Sim, sim, sim." Falou com a velhota e o seu rosto mexeu-se para cima e para baixo.
Fui rápido. Três fotografias. Sabia que sorria, mas parte deste sorriso era absorvido nas rugas que se mexiam. Mostrei as imagens que tinha tirado. Quando olhou para esta, sorriu de uma forma mais expressiva. A escolha estava feita. Apertou a minha mão com as duas dela. O seu toque era extraordinariamente suave. Nunca falou.
Ganhei coragem e coloquei-me de cócoras para ficar ao seu nível. Rasguei um sorriso sincero e mostrei-lhe a câmara. O pedido era claro e algo ansioso: Posso? Posso? Pareceu-me que estava inexpressiva e senti-me algo perdido, temendo não obter a desejada autorização. Insisti no pedido. Manteve a mesma ausência de expressão. A tal senhora ao seu lado veio em meu socorro e perguntou-me se era uma fotografia que eu pretendia. Eu respondi: "Sim, sim, sim." Falou com a velhota e o seu rosto mexeu-se para cima e para baixo.
Fui rápido. Três fotografias. Sabia que sorria, mas parte deste sorriso era absorvido nas rugas que se mexiam. Mostrei as imagens que tinha tirado. Quando olhou para esta, sorriu de uma forma mais expressiva. A escolha estava feita. Apertou a minha mão com as duas dela. O seu toque era extraordinariamente suave. Nunca falou.
Talvez não seja a melhor das fotografias que tenha tirado a um rosto, mas é claramente uma das que me dava mais satisfação e orgulho de ver. Nem sempre as melhores imagens são as mais perfeitas tecnicamente. O envolvimento afetivo, a relação que estabelecemos com elas, com o sujeito delas é o que a torna mais preciosas, mais perfeitas, bem para além dos parâmetros que usámos ou deveríamos ter usado.

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